sábado, 31 de julho de 2010

Não sei o que fazer,
Só o que me acompanha são as lembranças dos momentos.

Não que não haverá mais momentos desses,
Mas é que agora estou só,
Não por um momento longo,
estou só por muito pouco tempo.

Ela me pediu um tempo para botar as idéias em ordem,
Tenho certeza que voltará logo.

Será?
Ah, Não Sei, quem não está em ordem agora sou eu.
Coloquei minha cabeça em jogo,
e estou prestes a ser dissipado.

Mas antes que o mal aconteça,
Estou tentando me convencer que valeu a pena arriscar,
Perco a cabeça e ganho poesias melancólicas.

e eu até estava com saudade desta solidão
que é dada aos poetas como nutriente
para sua alma tão inconstante.


Meu coração é um subúrbio
feio e mal freqüentado.

Os garis desse bairrinho,
que é meu coração;
estão todos em greve,
sem previsão de término.

E os que não entraram
em greve, estão todos tirando férias
nos corações alheios.

(Antigamente esse subúrbio
era mais requisitado.)

Era mais limpinho
e não tinha essa bagunça
infernal.

Pudera, ninguém trata bem
os garis.

Ninguém cuida bem desses pobres
homens que passam a vida inteira
a limpar as manchinhas empoeiradas
que dão nesses corações anêmicos.
Ninguém dá valor aos homens- assepsias,
que com suas pás antidepressivas vão
limpando a saudade, espanando a ausência,
sacolejando toda dor, varrendo a solidão – autocomiserativa.

-Ninguém dá valor aos garis. Só querem sujar tudo
com beijos calorosos e abraços libidinosos...

Dentro desse coração imenso
que também é tão pequeno,
há uma casa bem nanica
para um sentimento espesso.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Poeminha em Bossa



Meu terno é branco-engomado
O meu chapéu panamá
Sapatos? Pra ritmar!
O meu andar compassado.
Pois sou malandro aprumado
Sambista com dom da trova
Tô longe do pé da cova
Deixei a morte abusada
Por vender a bolsa usada
Prá comprar uma bossa-nova

Evolução?

"O tempo passa e nós eveluimos!"
Como? Evoluimos?
Acho que houve um grande equívoco nessa frase.

Se denomina evolução o fato de estarmos dissipando à nós mesmos?
o fato de estarmos extinguindo à nossos sucessores?
Nós criamos a velocidade,
e ela nos fez escravos.
Isso é evoluir?

ENTÃO VENHO ANUNCIAR AOS AMIGOS QUE TENHO MEDO DA TAL EVOLUÇÃO.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

E então o mundo Parou.

E Deus disse:
PAREM!
Parem tudo que há de errado,
Parem até o que já está parado,
até o que emperrou e não anda de jeito nenhum.

Parem a corrupção,
Parem o que deixa o mundo fétido,
parem as propinas,
parem o que faz as leis serem descumpridas,
E o que faz a poluição cada vez maior.

Parem de tentar resolver o problema das guerras provocando mais guerras,
parem de pensar em dinheiro...

PAREM TUDO O QUE É CONTRA OS BONS PRINCÍPIOS!

e então o mundo parou.

sábado, 24 de julho de 2010


Ser poeta e ser profeta
É quase a mesma coisa.
A diferença é que poeta
É louco pros sãos
E profeta é santo pros
Loucos.
Quanto à essência?...
São todos fingidores!


Thiago E. Martins

Há mar e amar.
Há mar e há amar
também!

Pois o amar
nivela-se ao contexto mar.

Amar ,
é amofinar-se aos poucos,
desconhecer-se aos poucos.

O mar,
Agente se afunda,
bebe água,
bóia nela,
e depois morre.

Depois renasce,
bóia nela,
bebe água,
se afunda
e morre novamente.

Depois,
nasce e morre,
nasce e morre,
nasce e morre...

E a frase continua a mesma:

-Olha só que mar bonito,
Há uma moça dentro dele...


Thiago E. Martins



sexta-feira, 23 de julho de 2010



Antônio trás a farinha,
Maria faz o feijão,
José prepara o pilão,
Francisco abate a galinha.
Cada um na sua linha
Cada qual com seu vintém
Sem dever nada a ninguém
Compra, vende, pega e troca
Ensaca, amarra e estoca
Cada um dá o que tem!

Antônio afina a rabeca,
Francisco pega o mineiro,
Maria aperta o pandeiro,
José batuca a caneca.
O som sai feito peteca
Na ginga do vai-e-vem
No baque onde se mantém,
Coco, frevo e caboclinho
Xote e cavalo-marinho
Cada um dá o que tem!

Thiago E. Martins

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Meu Guri ( uma crítica social.)

Peço Licença aos Deuses para ousar utilizar a gênial letra da música " O Meu Guri", de Chico Buarque.
A música se passa na verdade, como um relato da vida de um assaltante, do ponto de vista de sua mãe.
a mulher começa a contar a vida do "guri" desde seu nascimento , e já mostrando aí um fato que é muito comum,a falta de preparação para receber uma criança e orientá-la, sendo até inconviniente para o momento vivido pela mãe tanto no âmbito financeiro quanto no afetuoso, quando ela fala " Já foi nascendo com cara de fome, eu não tinha nem nome prá lhe dar", ela demonstra esse fato.
Depois de uns anos o "guri" entra no crime, e começa a trazer o produto do seu roubo para dentro de casa, e até entregando algumas coisas como presente para sua mãe " TANTA CORRENTE DE OURO, SEU MOÇO QUE HAJA PESCOÇO PRÁ ENFIAR,TROUXE UMA BOLSA JÁ COM TUDO DENTRO, CHAVE, CADERNETA, TERÇO E PATUÁ,UM LENÇO E UMA PENCA DE DOCUMENTOS PRÁ FINALMENTE EU ME IDENTIFICAR".
e por acomodação à situação,ou por não querer acreditar que seu "guri" é um fora da lei, a mulher cria uma imagem para si de um filho trabalhador (o que é muito comum nessas situações,o filho errado é sempre o do vizinho.), ela demonstra essa ' inoscência proposital ' quando fala " REZO ATÉ ELE CHEGAR CÁ NO ALTO, ESSA ONDA DE ASSALTO TÁ UM HORROR, EU CONSOLO ELE E ELE ME CONSOLA, BOTO ELE NO COLO PRÁ ELE ME NINAR, DE REPENTE ACORDO, OLHO PRO LADO E O DANADO JÁ FOI TRABALHAR.".
E mesmo quando o seu filho aparece morto, nos jornais, ela procura se consolar com essa imagem de sucesso que tem do filho.
Como se ele tivesse conseguido o que tanto procurava, e se mostra assim aliviada, como se o filho tivesse cumprido sua missão. "chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais eu não entendo essa gente, seu moço fazendo alvoroço demais. o guri no mato, acho que tá rindo acho que tá lindo, de papo pro ar desde o começo, eu não disse, seu moço, ele disse que chegava lá" .

Então Chico Buarque, com seu toque de sutilidade, joga em nossa cara o que se passa em tantos cantos desse imenso mundo. e nós somos como essa mãe, somos hipócritas, por não querermos ver o que se passa diante de nossos olhos.
Mas talvez essa hipocrisia seja uma auto-preservação, e ninguém tem o direiro de nos julgar por não querermos ver o que nos faz mal.


Nota do Autor: No Texto " O Meu Guri (uma crítica social.)" existem passagens da música " O Meu Guri" De Chico Buarque de Holanda.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O que vejo daqui. (Hipócritas)

Eu olho daqui,
da janela do meu apartamento 4 quartos,
na zona sul dessa cidade de merda,
e o que vejo é uma puta se vendendo,
um maconheiro na beira-mar,
lutando contra o vento para acender seu baseado
e dois policiais gordos conversando diante da viatura.

eu olho daqui e o que vejo,
é nada diante da imensidão do MEU MUNDO.

Acho que vou acender um cigarro.

e o que vejo agora,
é uma puta fumando um cigarro,
pensei que fosse o velho cigarro de tabaco,
mas pela brasa muito acesa,
tenho certeza que é a velha e boa maconha.
Vejo também o mesmo maconheiro da beira-mar,
parado diante da viatura com as mãos sobre a mesma.
é caçado... e me parece que acharam algo no seu bolso...
bons políciais gordos , fazendo seu velho e bom trabalho.

Vou acender outro cigarro.

e o que vejo agora são dois políciais gordos se vendendo.

O que vejo daqui é nada diante do mundo...
do MEU MUNDO.
Vou beber um copo d'água e acender outro cigarro.

e o que vejo agora são dois policiais gordos ,
acendendo um baseado.
uma puta parada diante da viatura , dando um tapa na maconha dos nossos
"HOMENS DA LEI".
Mais à diante, agora, vejo um traficante. e vejo um maconheiro se vendendo.
e vejo que isso é nada diante do MEU IMENSO MUNDO.

Vejo os políciais irem embora, com a puta na viatura,
e o traficante e o maconheiro já estão fora do meu alcance de visão.

Acho que vou dormir.
Mas antes, Vou acender um baseado.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Maria, cabelo na sopa




Veja bem Maria,
o que me deixa mais aborrecido
são esses costumes feios que você tem
de sujar todo o assoalho com o seu Luís XV.
sabes que não tolero barulho de salto às 3 da manhã?
não suporto esta voz subtonada em ré sustenido esbravejando :Cheguei!
e não sou obrigado a ceder meu cobertor,
e sentir seus pés gelados após a sua crioterapia ridícula.
Ora, trate de usar sapatos mais largos!

Não tenho culpa pelo simples fato de você não ter estudado
e ter escolhido está profissãozinha de Aeromoça.

Aliás,escolhido não,aceitado,acomodado,desesperado...
Acontece que já estou de saco cheio!

E tem mais Maria,
o que são aqueles cabelos
no ralo do banheiro? Já pensou se entope?
que trabalho dos diabos para desobstruí-la.

Minha renda é pouca meu bem,
muito pouca... Você deveria ser
mais flexível e menos luxenta.

Deveria pensar no duro que dou
para manter os seus caprichos,
manter seus costumes narcisistas.

Preste atenção Maria!

Seus defeitos são muitos,
Qualidades, nem tanto...
Mas seu maior problema
Não são seus defeitos,

Seu maior problema mesmo,

É OCUPAR LUGAR
NO ESPAÇO!

Thiago E. Martins

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Confie em si mesmo.


O ser humano tem por hábito depositar toda sua esperança em alguma outra pessoa, talvez para se livrar da responsabilidade de um fracaço em sua própria vida. E por incrível que pareça esse hábito é algo natural, algo que eu ousaria chamar de " Hábito de natureza humana", é como se fossemos ensinados,pela natureza humana, a fugir da responsabilidade de nossos fracaços. Talvez por isso procuramos sempre ter um "herói" à quem recorrer, figuras que nos representam bravura e prudência. Mas agora lhes pergunto caros amigos, Será que nossos heróis são de fato heróis? Será que a pessoa em que depositamos toda nossa confiança é de fato digna de tal responsabilidade? Lembrem-se que essas pessoas também são humanas, e por serem humanas também procuram alguém à quem passar a responsabilidade de seus fracaços. Digo-lhes, meus nobres amigos, que a única pessoa em que devemos depositar a responsabilidade de nossos fracaços e nossos êxitos somos nós mesmos. Nós viemos à terra com a incubência de sermos responsáveis pelos nossos atos. A alma nada mais é, do que um depósito que guarda as consequências das atitudes realizadas por nossa mente. se depositarmos nossas tristezas na alma de alguém - algum amigo ou nossos pais, quem quer que seja - um dia essa pessoa fraquejará, um dia essa pessoa também estará fatigada por seus problemas. E é aí que nosso mundo cai sobre nós, quando percebemos que nosso herói não era tão forte o quanto pensávamos. Pois tenham certeza que para alguém no mundo você também é um herói, e reflita se você conseguirá carregar eternamente os problemas dessa pessoa nas costas, como cruzes pesadas que te castigam na caminhada. Então encaremos nossos problemas , pois a melhor forma de nos mantermos leves em nossa caminhada, é aniquilando de forma correta tudo aquilo que nos aflige, pois simplismente passar pelo problema é fácil, mas lhes digo que um dia ele lhe alcança de novo e quantas vezes for necessário, e se você se mostrar fraco diante dele , um dia será derrubado, e se levantar é extremamente difícil.

sábado, 3 de julho de 2010

Poema pessimista


A lua: circunferência pálida,
Abstrusa e fantasmagórica.
(Falsa como uma puta de quatro fases)
O sol não é tão claro como pensamos
E as estrelas são pequenas daqui debaixo.

“Andemos de mãos dadas,”
A existência e o extermínio humano
São conseqüências paradoxais
Inevitáveis.

E nesta quadra existencial
Nada é tão interessante quanto
A dor do mundo.

As estrelas não brilham mais,
Os cristais não brilham
Não brilham mais,
As ondas do mar me botam medo,
E essa lua estúpida insiste em me
Acompanhar.

“Minhas poesias são tão pequenas
Que não vai dar pra fazer um especial
De final de ano quando eu morrer.”

Thiago E. Martins