( Soneto à B. K.)
Toda mágoa que eu tinha aqui comigo,
se derrama, escorre entre meus dedos,
vai também junto à ela os meus medos,
Teu sorriso se torna meu abrigo.
Teu olhar me descobre, me invade,
e me deixa deveras desvairado,
desfalece em mim a vaidade.
Por estar totalmente desarmado,
eu te sigo tal qual a branca pluma,
Segue o vento, que ao leste se apruma,
e se joga no mar, rumo ao torpor.
E o resto do mundo é coisa alheia,
Pois agora estou em tua teia,
com as algemas eternas do amor.
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